Seleção feminina afastada do sonho olímpico

 

A Seleção Nacional feminina perdeu por 3-1 com a França, nas meias-finais da 2.ª fase do torneio de qualificação olímpica que está a decorrer no Multiusos de Gondomar e está afastada da prova de equipas dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Fu Yu está apurada a nível individual depois de ter vencido a prova de Singulares dos Jogos Europeus. Portugal garantiu sexta-feira a qualificação da equipa masculina e de dois atletas a nível individual.

Xie Juan: “Tentámos sempre até ao fim”
A treinadora nacional afirmou que “tivemos oportunidade de nos qualificar, mas faltou um pouco de sorte. Falhámos como equipa. O desporto é assim, a vitória nunca é garantida. Lutámos até ao fim. Tivemos uma grande oportunidade, não conseguimos e as jogadoras foram muito abaixo. Tivemos um dia para recuperar e nunca desistimos. Tentámos sempre até ao fim.”

Pedro Moura: “Objetivo é repetir a cota de atletas que levámos ao Rio de Janeiro”
O presidente da Federação considerou que “este torneio teve três vertentes que para a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa eram importantes. Por um lado, o aspeto da organização. Era importante demonstrar à federação internacional e ao país que somos uma entidade credível a organizar grandes eventos internacionais. Penso que isso ficou bem confirmado, pelo nível de satisfação das delegações, pelas palavras elogiosas que recebemos da federação internacional. Depois havia o aspeto desportivo, que era a nossa primazia, a tentativa de qualificação. Era um objetivo desta candidatura qualificar a equipa masculina. Esta foi a primeira vez que a qualificação para os Jogos foi feita por competição e não por ranking e era importante proporcionarmos um ambiente positivo à equipa masculina. Esse objetivo foi totalmente cumprido. Conseguimos subir o ranking dos atletas para chegarmos aqui como cabeças de série e depois os jogadores corresponderam em prova. Por fim, o terceiro objetivo era conseguirmos a qualificação da equipa feminina, que era algo impensável no início deste ciclo. A verdade é que esse objetivo, que não era primordial, mas era possível, ficou muito perto de ser conseguido. Faltou aqui um jogo. Há um esforço feito para recuperar uma atleta portuguesa de prestígio que não treinava em alta competição há alguns anos, embora jogue na 1.ª Divisão portuguesa (Luo Xue). O seu nível permite-lhe ganhar sem ter grandes problemas de treino, mas tentámos recuperá-la em três meses, até para termos um par competitivo. O Comité Olímpico também aderiu e percebeu. O que é importante é chegarmos ao fim do dia de consciência tranquila e penso que Comité Olímpico, Federação, atletas e treinadores estão de consciência tranquila.”
Em relação aos Jogos Olímpicos, o responsável federativo afirmou que “para já temos cinco atletas apurados e temos a possibilidade de ter uma atleta a jogar a segunda vaga dos singulares femininos. Ainda há dois momentos de qualificação individual, em Moscovo em abril e em maio no no Qatar, e vamos tentar qualificar a Jieni Shao, que é uma das jogadoras de topo no mundo. Tenho a certeza que vamos repetir a cota de atletas que levámos ao Rio de Janeiro, que é ter seis atletas.”
O dirigente relembrou que “entrámos nesta prova como oitavos cabeças de série e, neste momento, com as equipas que estão apuradas, seríamos o nono cabeça de série nos Jogos se as coisas se mantivessem como estão. O próximo passo é entrarmos nos oito primeiros porque assim o sorteio pode proporcionar-nos um adversário menos difícil. Isto é um nível muito alto, tivemos uma grande surpresa, que foi a qualificação da Sérvia, mas temos de trabalhar com alguma lógica. Se formos um dos oito cabeças de série podemos fugir de potências como China, Japão e Alemanha na primeira ronda. Queremos que o sorteio não mate as nossas aspirações. A partir daí, esta nossa equipa pode conseguir o milagre e o sonho com que todos idealizamos. É possível, mas temos de ir construindo passo a passo e o primeiro passo é conseguirmos ser um dos oito cabeças de série.”
Pedro Moura fez questão de agradecer o apoio dado pelo Comité Olímpico Português: “Há muita gente envolvida neste processo e vamos partilhando ideias com as pessoas do Comité Olímpico, que tem acreditado muito nos projetos da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa. Não posso deixar que este dia terminar sem mandar um grande abraço ao presidente do Comité Olímpico, o professor José Manuel Constantino. Dedico-lhe a qualificação da equipa masculina e a nossa prestação neste torneio”.

 

França, 3 – Portugal, 1
Marie Migot / Stephanie Loeuillette, 3 – Luo Xue / Fu Yu, 0 (11-9, 11-8, 13-11)
Jia Nan Yuan, 3 – Jieni Shao, 2 (11-9, 11-7, 8-11, 8-11, 11-7)
Stephanie Loeuillette, 0 – Fu Yu, 0 (3-11, 6-11, 6-11)
Jia Nan Yuan, 3 – Luo Xue, 0 (11-3, 11-6, 11-9)